Quando o silêncio de uma lenda ecoa mais alto que o barulho das guitarras
A morte de Ozzy Osbourne, o eterno Príncipe das Trevas, reacendeu uma pergunta que parece visitar o rock a cada década: o rock acabou?
A cada perda de uma lenda — seja Eddie Van Halen, Taylor Hawkins, ou agora Ozzy — o sentimento de fim iminente retorna. É como se o rock fosse um grande teatro, e cada vez que uma cortina se fecha, pensamos que o espetáculo acabou. Mas será que acabou mesmo?
O rock é um gênero ou uma atitude?
Reduzir o rock a um som é subestimá-lo. O rock sempre foi sobre atitude, transgressão e identidade. Quando Chuck Berry chutou a porta do conservadorismo nos anos 50 com sua guitarra flamejante, ele não só inventou um estilo musical, mas uma maneira de viver.
E hoje, mesmo que as paradas estejam dominadas por beats e autotunes, a essência do rock não desapareceu. Ela apenas se transformou, se infiltrou em gêneros vizinhos, e sobrevive onde menos esperamos.
O rock vive nas pausas, nas voltas, na resistência
Em tempos em que tudo é imediatista e digital, ver o Oasis lotar arenas em 2025, com plateias emocionadas cantando cada verso de “Don’t Look Back in Anger” sem levantar um celular sequer, é quase revolucionário. A banda — ícone dos anos 90 — não precisou lançar um novo disco para reacender a chama. A nostalgia virou combustível, e a ausência de celulares no público se tornou um manifesto involuntário: o momento importa mais que a postagem.
Esses momentos provam que o rock não desapareceu. Ele hiberna. Ele espera o tempo certo para retornar com força. Como um riff que entra depois de um silêncio dramático.

As novas gerações estão redescobrindo o rock
No TikTok, jovens viralizam músicas do Queen, Nirvana, Arctic Monkeys e até Janis Joplin. Bandas como Maneskin ou Greta Van Fleet trazem o espírito roqueiro para uma nova geração — mesmo que os puristas torçam o nariz.
E é aqui que está o ponto: o rock não precisa agradar a todos, ele nunca precisou. O que ele faz é sobreviver, incomodar, transformar.
O rock nunca acaba. Ele só muda de palco
Então, o rock acabou?
A resposta honesta é: não. Ele está em outro tempo, em outro lugar, às vezes até disfarçado. Mas está vivo. Nos discos antigos, nos palcos nostálgicos, nos fones dos adolescentes, nos porões onde bandas independentes ainda ensaiam com sangue nos olhos.
Ozzy pode ter partido, mas o que ele representou não morre com ele. O rock é feito de ciclos. E se há uma certeza sobre ele, é esta: ele sempre volta.
Quer enviar um artigo e colaborar com site? Saiba como aqui.