Se você, assim como eu, viveu a virada do milênio, sabe que “Invincible” foi o último suspiro de Michael Jackson com material original. E que suspiro! Lançado em 2001, esse álbum foi uma verdadeira aberração da história pop: uma obra-prima que deveria ter cimentado a lenda, mas que acabou soterrada sob polêmicas de bastidores e, convenhamos, um boicote de chorar.
A treta por trás dos holofotes
Para quem não lembra ou para a Geração Z que está chegando agora: “Invincible” é mais do que um disco, é um campo de batalha. Michael Jackson, o Rei do Pop, estava numa guerra aberta com a Sony Music e seu então CEO, Tommy Mottola. MJ acusava Mottola de ser racista e de tentar sabotar sua carreira.
O resultado? Uma campanha de marketing pífia, singles que sumiram no mapa e, o pior de tudo, o álbum não recebeu o tratamento de videoclipes que merecia. Pense nisso: um álbum do Michael Jackson, o cara que transformou o videoclipe em arte, sendo lançado sem clipes bombásticos! Foi um ato de sabotagem mercadológica que, na época, freou a decolagem do disco. “Invincible” vendeu bem, sim, mas muito aquém do que um disco do Rei do Pop deveria vender. O público parecia ter perdido o interesse, distraído pelo circo midiático. A controvérsia em torno do lançamento de Invincible é central para entender o seu legado.
A redescoberta pelo “zoomer”
Mas eis que, 24 anos depois, o mundo dá voltas. E quem está desenterrando essa joia? Ela mesma: a Geração Z!
Graças ao streaming e ao TikTok, o algoritmo não tem viés, não tem boicote de gravadora. Ele simplesmente entrega o que é bom. E a Gen Z, que ama beats complexos e uma sonoridade R&B e Hip-Hop de alta qualidade, está ficando viciada nesse álbum.
Faixas como “Heartbreaker” e “Invincible”, com a pegada de Hip-Hop/R&B futurista, parecem ter sido feitas para 2024, não para 2001. A produção de Rodney Jerkins (Darkchild) está milimetricamente à frente do tempo.
- “You rock my world”: continua sendo um clássico pop delicioso.
- “Butterflies”: essa faixa R&B/Soul é pura poesia e mostra a versatilidade vocal de MJ. A Gen Z ama essa vibe nostálgica e autêntica.
- “Break of dawn”: uma balada suave, sexy e que cabe perfeitamente nas playlists de hoje.
A minha opinião é clara: a Geração Z está fazendo justiça à memória artística de Michael Jackson, separando o artista da polêmica e encontrando um álbum que é, de fato, invencível em sua qualidade de produção. Eles não se importam com a guerra Sony x MJ; eles se importam com o groove e a melodia.
“Invincible” é um dos álbuns mais subestimados da história da música pop e seu comeback é a prova de que a boa música sempre encontra o seu caminho, não importa quantos anos e boicotes a tentem calar. A vitória de Michael, 24 anos depois, está nas playlists da nova geração.
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