Deftones — Private Music (2025)

Critica do album Private Music do Deftones

Com Private Music, lançado em 22 de agosto de 2025, os Deftones entregam seu álbum mais amadurecido e emocionalmente potente dos últimos anos. Produzido por Nick Raskulinecz, colaborador de longa data em álbuns emblemáticos como Diamond Eyes (2010) e Koi No Yokan (2012), este trabalho marca o maior intervalo entre dois lançamentos da banda – cinco anos desde Ohms (2020).

Dualidade entre Beleza e Brutalidade

Este disco reafirma o talento da banda em mesclar agressividade com suavidade. Faixas como “cXz” e “cut hands” exploram contrastes dinâmicos, enquanto outras se estendem em densos arranjos atmosféricos e emocionalmente carregados. O uso requintado do teclado e samples por Frank Delgado adiciona uma camada de texturas quase cinematográficas.

Nostalgia Sonora, Reflexão Poética

O álbum soa como uma versão enevoada da própria banda — um eco nostálgico e sublime. Há um senso de distanciamento afetivo, como se os Deftones estivessem evocando suas memórias musicais, criando uma aura de sonho enevoado e emocionalmente complexo.

Produção e Consistência Artística

A produção de Private Music é robusta e refinada. O histórico de colaboração com Raskulinecz garante um som moderno, massivo e impecável, mantendo os Deftones plenamente presentes no cenário contemporâneo do metal e do rock alternativo. Esse refinamento sonoro é uma das chaves que explica sua ampla aclamação crítica.

Faixas em Destaque

Entre os destaques figuram:

  • “My Mind Is a Mountain” – primeiro single lançado em julho de 2025, mistura riffs pesados, texturas shoegaze e intensidade atmosférica.
  • Outras faixas como “Milk of the Madonna”, “Infinite Source” e o encerramento “Departing the Body” exemplificam o equilíbrio entre drama sonoro e sensibilidade emocional.

Private Music não apenas reafirma a capacidade dos Deftones de inovar — mesmo após três décadas de carreira —, mas faz isso evocando suas raízes de forma poética e emocional. É um trabalho denso, estético e profundamente humano, ideal para audiências que buscam intensidade melódica e profundidade emocional na música.


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