Se você é fã de festivais, já deve ter visto que a história do Rock in Rio acaba de ganhar novos e emocionantes capítulos. As organizações do festival no Brasil e em Portugal divulgaram recentemente os lineups para 2026, prometendo agitar os dois lados do Atlântico.
A edição brasileira acontecerá nos dias 4, 5, 6, 7, 11, 12 e 13 de setembro de 2026, no Parque Olímpico, enquanto a edição portuguesa está confirmada para 20, 21, 27 e 28 de junho no Parque Tejo, em Lisboa, trazendo grandes nomes como Linkin Park, Katy Perry e Rod Stewart.
Mas como esse gigante do entretenimento chegou a esse patamar global? Para entender o futuro, precisamos revisitar o passado.
O início de tudo: a ousadia de 1985
Volte no tempo para um Brasil que recém saía da ditadura militar. Em janeiro de 1985, o empresário Roberto Medina realizou o que parecia impossível: construir uma “cidade” de 250 mil metros quadrados em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, para celebrar a liberdade através da música.

A primeira edição foi monumental. Durante 10 dias, cerca de 1,38 milhão de pessoas pisaram na lama, que se tornou um símbolo de resistência e festa, para ver ícones como Queen, AC/DC, Iron Maiden e James Taylor. O show do Queen, com Freddie Mercury regendo a multidão em “Love of My Life”, é até hoje considerado um dos momentos mais icônicos da cultura pop mundial.
Foi histórico, mas para os artistas brasileiros não faltou humilhação. Recomendo esse vídeo super embasado do Julio Ettore (Conexão Legiônica) sobre a primeira edição do festival.
A consolidação e a mudança para o Maracanã
Diferente do formato bianual atual, os fãs tiveram que esperar seis anos pela segunda edição. Em 1991, o festival mudou-se para o estádio do Maracanã. Embora tenha perdido o charme da cidade cenográfica a céu aberto, o evento compensou com uma acústica melhor e um lineup que trouxe o auge do Guns N’ Roses, Prince e George Michael.

A terceira edição, em 2001, marcou o retorno à estrutura de festival aberto (“Cidade do Rock”) e introduziu o conceito “Por um Mundo Melhor”, aliando música a causas sociais. Foi o ano do boicote de algumas bandas brasileiras, mas também de shows históricos como o do R.E.M. e o retorno do Guns N’ Roses com nova formação.
A conquista da Europa e dos Estados Unidos
A história do Rock in Rio não se limitou ao solo brasileiro. Em 2004, o festival cruzou o oceano e aterrissou em Lisboa, Portugal. A recepção foi tão calorosa que o evento se estabeleceu fixamente no calendário europeu.
A expansão continuou com a chegada à Espanha (Madrid) em 2008 e uma incursão na terra do entretenimento, os Estados Unidos (Las Vegas), em 2015. Essa estratégia transformou a marca em uma potência global de comunicação e experiências, indo muito além dos concertos.

O legado e a regularidade
A partir de 2011, o festival voltou ao Brasil para ficar, estabelecendo uma periodicidade bianual (anos ímpares no Brasil, pares em Portugal, com ajustes recentes pós-pandemia). A Cidade do Rock mudou-se para o Parque Olímpico, ganhando mais infraestrutura e novos palcos, como o Sunset e o Espaço Favela, diversificando os gêneros musicais para incluir pop, funk e trap, gerando debates puristas, mas garantindo a longevidade do evento.

Todas as edições do Rock in Rio
Para você não se perder na cronologia, preparei uma lista completa com todas as vezes que os portões da Cidade do Rock se abriram ao redor do mundo:
- Brasil (Rio de Janeiro): 1985, 1991, 2001, 2011, 2013, 2015, 2017, 2019, 2022, 2024. (Próxima: 2026)
- Portugal (Lisboa): 2004, 2006, 2008, 2010, 2012, 2014, 2016, 2018, 2022, 2024. (Próxima: 2026)
- Espanha (Madri): 2008, 2010, 2012.
- Estados Unidos (Las Vegas): 2015.
Rock in Rio 2026: o futuro já começou
Com os lineups em divulgação tanto no Brasil quanto em Portugal, o Rock in Rio 2026 promete manter viva a essência que fez do festival uma lenda. A edição brasileira marcará a estreia do K-pop na Cidade do Rock, com o grupo sul-coreano Stray Kids confirmados como headliners, além de Gilberto Gil, Elton John, Demi Lovato e Mumford & Sons.
Em Lisboa, a organização promete a maior edição já realizada em Portugal, com estrutura ampliada, novas áreas de convivência e experiências interativas. Katy Perry, Linkin Park, Rod Stewart, Cyndi Lauper, Pedro Sampaio, Sepultura e Calema já estão confirmados.
Com mais de 20 edições realizadas e milhões de espectadores acumulados, o Rock in Rio provou que é mais do que um festival; é um capítulo vivo da música mundial que continua sendo escrito.
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Fontes:



