Avaliação Muzicado: 3/10
O novo álbum de Ed Sheeran, Play, parece ser um campo de batalha entre a sua ambição e o cansaço. Este trabalho é um passo atrás, especialmente depois de álbuns recentes que não emplacaram, algo que incomoda o artista, conhecido pela sua obsessão por estatísticas. Ele até canta sobre querer manter o “ritmo de Usain Bolt”, mas o álbum mostra que a fórmula já não funciona mais.
O Ed Sheeran de antigamente, que se apresentava como um “cara normal”, usava essa imagem para se arriscar musicalmente. Agora, o artista soa exatamente como o tipo de estrela pop calculista que sempre disse não ser.
Conteúdo sem profundidade
Grande parte de Play é preguiçosa, com letras que carecem de profundidade. Canções como “Old Phone”, onde ele lista o conteúdo de um telefone antigo, são “literalmente” sobre o que o título sugere, sem grande auto-análise.
O álbum também é preenchido com canções que parecem cópias de sucessos anteriores, como o seu sucesso “Perfect” ou “Thinking Out Loud”. Ouvem-se tentativas de replicar a fórmula que o tornou famoso, mas sem a mesma energia ou inspiração.
Onde o álbum tenta brilhar
As canções mais dinâmicas do álbum são aquelas em que Ed Sheeran se aventura em tradições musicais de outras culturas. Faixas como “Azizam”, com a sua energia e ritmos não convencionais, e “Sapphire”, que conta com a colaboração da estrela indiana Arijit Singh, são elogiadas por mostrarem o entusiasmo genuíno do artista.
São nestas canções que ele parece ter investido. Seria pouco desejar que o álbum inteiro tivesse sido gravado com essa mentalidade?
Em suma, Play é um álbum que mistura uma ambição clara de se manter no topo com uma performance preguiçosa. A conclusão é que Ed Sheeran parece ter perdido a vontade de inovar, focando-se em replicar fórmulas passadas, com exceção de alguns momentos esporádicos onde a sua paixão genuína pela música global consegue, finalmente, brilhar.
Agora é a hora de saber se o Ed Sheeran será capaz de se reinventar ou ele é isso aí mesmo… Será que sem a “fórmula mágica” ele ainda terá alguma relevância?
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