Michael Jackson e os games: uma história de música e paixão

Michael Jackson e os games

Quando pensamos em Michael Jackson, é natural que venham à mente os palcos, os passos de dança icônicos e hits que moldaram gerações. Mas o que muitos não sabem é que o Rei do Pop também teve uma relação profunda e curiosa com o mundo dos videogames. Apaixonado por tecnologia e entretenimento interativo, Michael não apenas emprestou sua imagem a jogos, como também compôs músicas e participou ativamente do desenvolvimento de títulos que marcaram época.

Neste artigo, vamos mergulhar nos bastidores dessa relação única entre Michael Jackson e os videogames, revelando quais jogos ele influenciou diretamente, para quais compôs músicas e como seu legado também se estendeu aos controles e consoles.

 

Uma paixão que começou nos anos 80

Michael Jackson era um entusiasta declarado da tecnologia. Ele tinha uma vasta coleção de arcades em sua propriedade Neverland, com máquinas das mais diversas — de “Space Invaders” a “Mortal Kombat”. Mas a relação com os videogames ia muito além da diversão pessoal.

Ainda na década de 1980, Michael percebeu o potencial dos jogos como forma de expressão artística e interação com os fãs. Foi aí que nasceu a ideia de levar seu talento musical e sua imagem para esse universo.

 

Moonwalker: o primeiro grande encontro

Lançado em 1990, Michael Jackson’s Moonwalker foi o primeiro projeto relevante que uniu o cantor aos videogames. O jogo, baseado no filme de mesmo nome lançado em 1988, foi lançado em diferentes plataformas:

 

  • Arcade (Sega System 18)

  • Mega Drive/Genesis

  • Master System

  • Computadores (MS-DOS, ZX Spectrum, Amiga, entre outros)

 

capa-jogo-moonwalker

 

Participação de Michael Jackson:

  • Roteiro e conceito: Michael participou ativamente da concepção do jogo. Ele queria que a experiência fosse fiel à sua persona artística.

  • Músicas: O jogo traz versões digitalizadas (adaptadas) de grandes sucessos como Smooth Criminal, Beat It, Billie Jean e Bad.

  • Gameplay: Os jogadores controlam Michael, que usa seus passos de dança como ataques para salvar crianças raptadas por um vilão chamado Mr. Big — interpretado por Joe Pesci no filme.

Embora tecnicamente simples para os padrões atuais, Moonwalker foi um marco por colocar uma superestrela global como protagonista ativo de um jogo — algo inédito na época.

 

Michael Jackon no clássico game Moonwalker
Michael Jackon no clássico game Moonwalker

 

Sonic the Hedgehog 3: um segredo revelado anos depois

Durante muitos anos, circulavam rumores de que Michael Jackson teria composto músicas para “Sonic the Hedgehog 3”, lançado em 1994 para o Sega Genesis. A Sega nunca confirmou oficialmente a participação dele… até que, anos depois, ex-desenvolvedores e músicos envolvidos no projeto revelaram a verdade.

 

O que foi confirmado:

  • Michael trabalhou com Brad Buxer, seu colaborador musical de longa data, para criar as músicas de Sonic 3.

  • O cantor teria ficado insatisfeito com a qualidade sonora final do chip do Mega Drive, o que o levou a não assinar oficialmente as composições.

  • Mesmo assim, músicas como a do Ice Cap Zone, Carnival Night e Launch Base apresentam características reconhecíveis do estilo de Michael.

  • A faixa dos créditos finais tem semelhanças com Stranger in Moscow (ouça no fim do artigo), que seria lançada por ele dois anos depois.

 

Michael Jackson jogando Sonic. Foto: GameON
Michael Jackson jogando Sonic. Foto: GameON

 

Um legado não creditado, mas presente

Apesar do anonimato oficial, fãs e estudiosos de música continuam encontrando similaridades entre o estilo musical do jogo e as produções de Jackson — uma prova da sua marca inconfundível.

 

Space Channel 5: dança, música e participação especial

Em 2000, Michael voltou ao mundo dos videogames com uma participação especial no cultuado jogo Space Channel 5, para Dreamcast e depois PlayStation 2. No game, o jogador assume o papel da repórter intergaláctica Ulala, que enfrenta alienígenas usando coreografias e ritmo.

 

Participação de Michael:

  • Michael aparece como o personagem “Space Michael”, um líder rebelde contra os alienígenas.

  • Ele empresta sua voz e movimentos ao personagem, inclusive com falas gravadas exclusivamente para o jogo.

  • A participação foi tão bem recebida que ele voltou em Space Channel 5: Part 2 (2002), com papel ainda maior.

 

Esse projeto reforçou o carinho de Michael pelo universo dos jogos — ele não apenas cedeu sua imagem, como atuou ativamente como dublador e personagem jogável.

 

Michael Jackson em Space Channel 5
Michael Jackson em Space Channel 5

 

Ready 2 Rumble Boxing: Round 2 — Lutando como MJ

Mais uma aparição inusitada aconteceu no jogo de luta Ready 2 Rumble Boxing: Round 2, lançado para Dreamcast, PlayStation 2 e Nintendo 64 em 2000.

 

Participação de Michael:

  • Ele é um personagem jogável, com visual cartunesco e golpes baseados em dança e agilidade.

  • A inclusão foi feita com autorização pessoal de Michael, que considerava divertida a ideia de se tornar um lutador nos games.

  • O personagem contava com dublagem e animações inspiradas em seus movimentos reais.

 

Michael Jackson em Ready 2 Rumble Boxing: Round 2
Michael Jackson em Ready 2 Rumble Boxing: Round 2

 

Michael Jackson: The Experience – O Tributo Interativo

Lançado após sua morte, em 2010, Michael Jackson: The Experience foi um tributo que levou seus maiores sucessos aos consoles com sensores de movimento.

 

Plataformas:

  • Nintendo Wii, DS, 3DS

  • PlayStation 3 (com Move)

  • Xbox 360 (com Kinect)

  • PlayStation Portable

  • iOS

 

Características:

  • O jogo convida os jogadores a dançar coreografias inspiradas nos vídeos originais de Michael.

  • As músicas originais são usadas na íntegra.

  • O visual presta homenagem aos videoclipes, figurinos e palcos históricos da carreira do cantor.

 

Esse título solidificou Michael como uma figura permanente no mundo dos jogos, mesmo após sua morte.

 

Michael Jackson The Experience
Michael Jackson The Experience

 

Uma lenda que também vive no pixel

Michael Jackson não foi apenas um consumidor ou personagem ocasional no universo dos videogames. Ele foi criador, influenciador, artista e até desenvolvedor não creditado. Sua contribuição vai muito além de participações especiais: ela está embutida em trilhas sonoras, jogabilidades, visuais e na conexão emocional que milhares de fãs construíram ao controlar sua imagem digital.

Seja salvando crianças com passos de dança ou escondido nas trilhas sonoras de um ouriço azul, Michael deixou sua marca nos jogos — mais uma prova de que sua genialidade não conhecia limites de mídia.

 


Fontes:


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